sexta-feira, 14 de março de 2025

QUERIGMA - JESUS CRISTO NO EVANGELHO



➔ O que é Querigma?

A palavra “querigma” tem sua raiz relacionada com os arautos reais – os “quérix” –, homens que percorriam os reinos proclamando as notícias relacionadas com a vida palaciana.

Na tradição cristã, a palavra querigma se tornou sinônimo do primeiro anúncio das verdades da fé. Os discípulos, após a morte de Jesus, saíram pelas cidades e povoados anunciando o querigma do Reino de Deus, que, nas Escrituras, é assim resumido:
“Jesus de Nazaré foi morto, ressuscitado e exaltado à direita de Deus Pai”.

Querigma significa "proclamação" ou "pregação". É o primeiro anúncio da fé cristã. A palavra vem do grego kerissein, que significa proclamar, gritar, anunciar.

Jesus Cristo é o fundamento de nossa fé. Para seguir verdadeiramente a Cristo, é essencial ter um encontro pessoal com Ele. Essa experiência de fé nos conduz à conversão. Sem essa vivência inicial, toda instrução religiosa se torna frágil, como um castelo construído sobre a areia.

O primeiro passo, portanto, é cristianizar antes de "catolizar". O essencial é apresentar Jesus Cristo e permitir que cada pessoa tenha uma experiência transformadora com Ele. Foi isso que Jesus ensinou a Nicodemos, doutor da Lei em Israel: "É preciso nascer de novo" (Jo 3,3).

O Querigma consiste em anunciar Jesus Cristo morto, ressuscitado e glorificado, para que, através da fé e da conversão, possamos experimentar uma vida nova. Ele é o alicerce da caminhada cristã, o cimento da construção da fé. Por isso, a catequese não substitui nem antecede o primeiro anúncio, pois o Querigma é, antes de tudo, vida.

Os elementos do Querigma são:

1 - Jesus Cristo é o Filho de Deus

2 - Ele foi crucificado e morreu pelos nossos pecados

3 - Ressuscitou ao terceiro dia

4 - Está vivo e nos chama ao arrependimento e à fé


Aqui o objetivo é conhecer os principais eventos da vida de Jesus conforme relatados nos Evangelhos.

PARTE 1 - O NASCIMENTO

Leitura do livro de São Lucas: O Messias vai chegar
"No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria. Entrando, o anjo disse-lhe: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo”.
Perturbou-se ela com essas palavras e pôs-se a pensar no que significaria seme­lhante saudação.
O anjo disse-lhe: “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus.
Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.
Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim”.
Maria perguntou ao anjo: “Como se fará isso, pois não conheço homem?”
Respondeu-lhe o anjo: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso, o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus.
Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, porque a Deus nenhuma coisa é impossível”.
Então disse Maria: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo afastou-se dela." (Lucas 1, 26-38)

Palavra do Senhor: Graças a Deus!

Leitura do livro de São Lucas: O nascimento de Jesus
"Naqueles tempos, apareceu um decreto de César Augusto, ordenando o recenseamento de toda a terra.
Esse recenseamento foi feito antes do governo de Quirino, na Síria.
Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade.
Também José subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, para se alistar com a sua esposa, Maria, que estava grávida.
Estando eles ali, completaram-se os dias dela.
E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria.*
Havia nos arredores uns pastores, que vigiavam e guardavam seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite.
Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu ao redor deles, e tiveram grande temor.
O anjo disse-lhes: “Não temais, eis que vos anuncio uma Boa-Nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor.
Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura”.
E subitamente ao anjo se juntou uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus e dizia:
“Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência (divina).”
Depois que os anjos os dei­xaram e voltaram para o céu, falaram os pastores uns com os outros: “Vamos até Belém e vejamos o que se realizou e o que o Senhor nos manifestou”.
Foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura.
Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito deste menino.
Todos os que os ouviam admi­ravam-se das coisas que lhes contavam os pastores.
Maria conservava todas essas palavras, meditando-as no seu coração.
Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito." (Lucas 2. 1-20)

Palavra do Senhor: Graças a Deus!

O nascimento de Jesus é o cumprimento da promessa de Deus para a salvação da humanidade. O anjo Gabriel anunciou a Maria que ela conceberia, pelo Espírito Santo, o Filho de Deus (Lc 1,26-38). José, seu esposo, aceitou essa missão com fé. Quando chegou o tempo do parto, Maria e José estavam em Belém para o recenseamento. Sem lugar na hospedaria, Jesus nasceu em uma manjedoura, em meio à simplicidade e humildade (Lc 2,1-7). Os primeiros a receberem a notícia foram os pastores, a quem os anjos anunciaram a chegada do Salvador, trazendo alegria e paz ao mundo (Lc 2,8-20).


PARTE 2 - BATISMO E INÍCIO DO MINISTÉRIO

Leitura do livro de São Matheus: A justiça vai ser realizada
"Este é aquele de quem falou o profeta Isaías, quando disse: Uma voz clama no deserto: 
'Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.'
João usava uma vesti­menta de pelos de camelo e um cinto de couro em volta dos rins. Alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Pessoas de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a circunvizinhança do Jordão vinham a ele. Confessavam seus pecados e eram batizadas por ele nas águas do Jordão. Ao ver, porém, que muitos dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura? Dai, pois, frutos de verdadeira penitência. Não digais dentro de vós: Nós temos a Abraão por pai! Pois eu vos digo: Deus é poderoso para suscitar destas pedras filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores: toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo.
Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo. Tem na mão a pá, limpará sua eira e reco­lherá o trigo ao celeiro. As palhas, porém, serão queimadas num fogo inextinguível”.
Da Galileia foi Jesus ao Jordão ter com João, a fim de ser batizado por ele. João recusava-se: “Eu devo ser batizado por ti e tu vens a mim!”. Mas Jesus lhe respondeu: “Deixa por agora, pois convém cumpramos a justiça completa”. Então, João cedeu. Depois que Jesus foi batizado, saiu logo da água. Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus. E do céu baixou uma voz: “Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição”.
(Mateus 3, 3-17)

Palavra do Senhor: - Graças a Deus!

O batismo de Jesus marca o início de Seu ministério público. João Batista, preparando o caminho para o Messias, pregava a conversão e batizava no rio Jordão. Quando Jesus foi até ele para ser batizado, João hesitou, reconhecendo que era Jesus quem deveria batizá-lo. Mas Jesus insistiu para cumprir toda a justiça. Ao sair da água, os céus se abriram, o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba, e uma voz do Pai declarou: "Este é o meu Filho amado, em quem me agrado" (Mt 3,17). Esse momento revela a missão de Jesus como o Filho de Deus enviado para salvar a humanidade.

PARTE 3 - MILAGRES

Primeiro sinal: Jesus muda a água em vinho

"No terceiro dia, houve uma festa de casamento em Caná da Galiléia, e a mãe de Jesus estava aí. Jesus também tinha sido convidado para essa festa de casamento, junto com seus discípulos. Faltou vinho e a mãe de Jesus lhe disse: 'Eles não têm mais vinho!'
Jesus respondeu: 'Mulher, que existe entre nós? Minha hora ainda não chegou.' 
A mãe de Jesus disse aos que estavam servindo: 'Façam o que ele mandar.'
Havia aí seis potes de pedra de uns cem litros cada um, que serviam para os ritos de purificação dos judeus. Jesus disse aos que serviam: 'Encham de água esses potes.' 
Eles encheram os potes até a boca. Depois Jesus disse: 'Agora tirem e levem ao mestre-sala.' Então levaram ao mestre-sala.
Este provou a água transformada em vinho, sem saber de onde vinha. Os que serviam estavam sabendo, pois foram eles que tiraram a água. Então o mestre-sala chamou o noivo e disse: 'Todos servem primeiro o vinho bom e, quando os convidados estão bêbados, servem o pior. Você, porém, guardou o vinho bom até agora.'
Foi assim, em Caná da Galiléia, que Jesus começou seus sinais. Ele manifestou a sua glória, e seus discípulos acreditaram nele. Depois disso, Jesus desceu para Cafarnaum com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos. E aí ficaram apenas alguns dias. 
(João 2:1-11)

Palavra do Senhor: Graças a Deus!

Os milagres de Jesus não são apenas demonstrações de poder, mas sinais que revelam quem Ele é e qual é Sua missão. O primeiro milagre, a transformação da água em vinho nas Bodas de Caná (Jo 2,1-11), mostra que Jesus veio trazer uma nova aliança, substituir a lei antiga pela graça, trazendo abundância e alegria. Além disso, esse milagre reforça a intercessão de Maria, pois foi ela quem percebeu a necessidade e pediu a ajuda de Jesus.

Os milagres realizados por Jesus tinham propósitos específicos: revelar Sua identidade como o Filho de Deus, fortalecer a fé dos discípulos, manifestar a misericórdia divina e anunciar a chegada do Reino de Deus. Eles também mostram o poder de Jesus sobre a natureza, as doenças, os espíritos malignos e até sobre a morte, provando que Nele está a verdadeira vida.

Ao longo de Seu ministério, Jesus realizou curas, multiplicou pães, acalmou tempestades e ressuscitou mortos. Cada um desses sinais aponta para algo maior: a salvação que Ele veio trazer. Mais do que aliviar o sofrimento momentâneo, os milagres convidam à conversão e à fé, pois mostram que Jesus é o Messias esperado, aquele que tem poder para restaurar não apenas o corpo, mas também a alma.


Aqui está uma lista dos milagres de Jesus mencionados nos Evangelhos, com as respectivas passagens bíblicas:

1. Transformação da água em vinho
- João 2:1-11

2. Cura do filho do oficial do rei
- João 4:46-54

3. Cura do homem possuído por um espírito impuro em Cafarnaum
- Marcos 1:21-28
- Lucas 4:31-37

4. Cura da sogra de Pedro
- Mateus 8:14-15
- Marcos 1:29-31
- Lucas 4:38-39

5. Pesca milagrosa
- Lucas 5:1-11

6. Cura de um leproso
- Mateus 8:1-4
- Marcos 1:40-45
- Lucas 5:12-16

7. Cura do paralítico em Cafarnaum
- Mateus 9:1-8
- Marcos 2:1-12
- Lucas 5:17-26

8. Cura do homem da mão ressequida
- Mateus 12:9-14
- Marcos 3:1-6
- Lucas 6:6-11

9. Cura do servo do centurião
- Mateus 8:5-13
- Lucas 7:1-10

10. Ressurreição do filho da viúva de Naim
- Lucas 7:11-17

11. Cura de dois cegos
- Mateus 9:27-31

12. Expulsão de um demônio e cura de ummudo
- Mateus 9:32-34

13. Cura do paralítico de Betesda
- João 5:1-15

14. Cura de um homem com uma mãoatrofiada
- Mateus 12:9-14
- Marcos 3:1-6
- Lucas 6:6-11

15. Cura de um endemoninhado cego emudo
- Mateus 12:22-23
- Lucas 11:14

16. Acalmando a tempestade
- Mateus 8:23-27
- Marcos 4:35-41
- Lucas 8:22-25

17. Expulsão dos demônios e envio aos porcos
- Mateus 8:28-34
- Marcos 5:1-20
- Lucas 8:26-39

18. Cura da mulher com fluxo de sangue
- Mateus 9:20-22
- Marcos 5:25-34
- Lucas 8:43-48

19. Ressurreição da filha de Jairo
- Mateus 9:18-26
- Marcos 5:21-43
- Lucas 8:40-56

20. Cura de dois cegos (em Jericó)
- Mateus 20:29-34
- Marcos 10:46-52
- Lucas 18:35-43

21. Cura de um mudo possuído por umdemônio
- Mateus 9:32-33

22. Alimentação dos cinco mil
- Mateus 14:13-21
- Marcos 6:30-44
- Lucas 9:10-17
- João 6:1-15

23. Caminhando sobre a água
- Mateus 14:22-33
- Marcos 6:45-52
- João 6:16-21

24. Cura do surdo-mudo
- Marcos 7:31-37

25. Alimentação dos quatro mil
- Mateus 15:32-39
- Marcos 8:1-10

26. Cura de um cego em Betsaida
- Marcos 8:22-26

27. Transfiguração
- Mateus 17:1-8
- Marcos 9:2-8
- Lucas 9:28-36

28. Cura de um menino possuído por um espíritoimpuro
- Mateus 17:14-20
- Marcos 9:14-29

29. Cura do cego Bartimeu
- Marcos 10:46-52
- Lucas 18:35-43

30. Cura de um cego de nascença
- João 9:1-12

31. Ressurreição de Lázaro
- João 11:1-44

32. Cura de dez leprosos
- Lucas 17:11-19

33. Cura do servo do sumo sacerdote (Malco)
- Lucas 22:50-51

34. Segunda grande pesca milagrosa
- João 21:1-14

Esses milagres mostram a diversidade de ações de Jesus, desde curas físicas e espirituais até demonstrações de poder sobre a natureza.

PARTE 4: Ensinamentos de Jesus Cristo

"Felizes os que são misericordiosos, porque encontrarão misericórdia". (Mateus 5-7)

➔ AMOR AO PRÓXIMO
"Ame o seu próximo como a si mesmo" (Marcos 12:31)

Jesus ensina que devemos amar não apenas os que nos amam, mas também nossos inimigos (Mt 5,43-48). Esse amor deve ser generoso e misericordioso, refletindo o amor de Deus.
O amor ao próximo é um mandamento central do cristianismo. Jesus ensina que esse amor deve ser prático, expresso em ações de cuidado, perdão e compaixão.

➔ PERDÃO
"Perdoem, e serão perdoados" (Lucas 6:37)

Jesus ensina que o perdão é essencial para receber o perdão de Deus.
O perdão é um ato de amor e humildade que nos liberta da mágoa e nos aproxima de Deus. Jesus nos ensina a perdoar sempre, como no exemplo do Pai-Nosso.

➔ REINO DE DEUS
"O Reino de Deus está entre vocês" (Lucas 17:21)

Jesus ensina que devemos buscar primeiro o Reino de Deus e sua justiça, e tudo o mais nos será dado por acréscimo.
O Reino de Deus não é apenas uma realidade futura, mas algo que já começou com a presença de Jesus no mundo. Ele nos chama a viver segundo os valores do Reino, como a justiça, a paz e o amor.

➔ BEM-AVENTURANÇAS
Ensinar as bem-aventuranças como descritas em Mateus 5:3-12

As Bem-Aventuranças revelam quem são os verdadeiramente felizes aos olhos de Deus: os pobres em espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacificadores e os perseguidos por causa da justiça.
Jesus ensina que a verdadeira felicidade não está no poder ou nas riquezas, mas em viver segundo os valores do Reino. Cada Bem-Aventurança nos convida a confiar em Deus e a buscar uma vida de santidade.


Cada um desses ensinamentos mostra o caminho para viver segundo o Reino de Deus, destacando o amor, a misericórdia e a confiança no Pai. Jesus nos convida não apenas a escutar Suas palavras, mas a colocá-las em prática no dia a dia.


PARTE 5: Morte e ressurreição

"Tiraram a roupa dele, e o vestiram com um manto vermelho;" (Mateus 27,28)

 

1.

"Levantou-se a sessão e conduziram Jesus dian­te de Pilatos, e puseram-se a acusá-lo: “Temos encontrado este homem excitando o povo à revolta, proibindo pagar imposto ao imperador e dizendo-se Messias e rei”. Pilatos perguntou-lhe: “És tu o rei dos judeus?” Jesus res­pondeu: “Sim”. Declarou Pilatos aos príncipes dos sacerdotes e ao povo: “Eu não acho neste homem culpa alguma”. Mas eles insistiam fortemente: “Ele revoluciona o povo ensinando por toda a Judeia, a começar da Galileia até aqui”. A essas palavras, Pilatos perguntou se ele era galileu. E, quando soube que era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, pois justamente naqueles dias se achava em Jerusalém.
Herodes alegrou-se muito em ver Jesus, pois de longo tempo desejava vê-lo, por ter ouvido falar dele muitas coisas, e esperava presen­ciar algum milagre operado por ele. Dirigiu-lhe muitas perguntas, mas Jesus nada respondeu. Ali estavam os príncipes dos sacer­dotes e os escribas, acusando-o com violência. Herodes, com a sua guarda, tratou-o com desprezo, escarneceu dele, mandou revesti-lo de uma túnica branca e reenviou-o a Pilatos. Naquele mesmo dia, Pilatos e Herodes fizeram as pazes, pois antes eram inimigos um do outro.
Pilatos convocou então os príncipes dos sacerdotes, os magis­trados e o povo, e disse-lhes: “Apresentastes-me este homem como agitador do povo, mas, interrogando-o eu diante de vós, não o achei culpado de nenhum dos crimes de que o acusais. Nem tampouco Herodes, pois no-lo devolveu. Portanto, ele nada fez que mereça a morte. Por isso, eu o soltarei depois de o castigar”. Acontecia que em cada festa ele era obrigado a soltar-lhes um preso. Todo o povo gritou a uma voz: “À morte com este, e solta-nos Barrabás.” Este homem fora lançado ao cárcere devido a uma revolta levantada na cidade, por causa de um homicídio.
Pilatos, porém, querendo soltar Jesus, falou-lhes de novo, mas eles vociferavam: “Crucifica-o! Crucifica-o!”. Pela terceira vez, Pilatos ainda interveio: “Mas que mal fez ele, então? Não achei nele nada que mereça a morte; irei, portanto, castigá-lo e, depois, o soltarei”. Mas eles instavam, recla­mando em altas vozes que fosse crucificado, e os seus clamores recrudesciam. Pilatos pronunciou então a sentença que lhes satisfazia o desejo. Soltou-lhes aquele que eles reclamavam e que havia sido lançado ao cárcere por causa do homicídio e da revolta, e entregou Jesus à vontade deles.
Enquanto o conduziam, detiveram um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para que a carregasse atrás de Jesus. Seguia-o uma grande multidão de povo e de mulheres, que batiam no peito e o lamentavam. Voltando-se para elas, Jesus disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos filhos. Porque virão dias em que se dirá: Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram! Então, dirão aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos! Porque, se eles fazem isso ao lenho verde, que acontecerá ao seco?”.
Eram conduzidos ao mesmo tempo dois malfeitores para serem mortos com Jesus. Chegados que foram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, como também os ladrões, um à direita e outro à esquerda. E Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem”. Eles dividiram as suas vestes e as sortearam.
A multidão conservava-se lá e observava. Os príncipes dos sacerdotes escarne­ciam de Jesus, dizendo: “Salvou a outros, que se salve a si próprio, se é o Cristo, o escolhido de Deus!”. Do mesmo modo zombavam dele os soldados. Aproximavam-se dele, ofereciam-lhe vinagre e diziam: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo”. Por cima de sua cabeça pendia esta inscrição: “Este é o rei dos judeus”.
Um dos malfeitores, ali crucificados, blasfemava contra ele: “Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós!”. Mas o outro o repreendeu: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres no mesmo suplício? Para nós isto é justo: recebemos o que mereceram os nossos crimes, mas este não fez mal algum.” E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino!”. Jesus respondeu-lhe: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso”.
Era quase à hora sexta e em toda a terra houve trevas até a hora nona. Escureceu-se o sol e o véu do templo rasgou-se pelo meio. Jesus deu então um grande brado e disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. E, dizendo isso, expirou.
Vendo o centurião o que acontecia, deu glória a Deus e disse: “Na verdade, este homem era um justo”. E toda a multidão dos que assistiam a esse espetáculo e viam o que se passava voltou batendo no peito. Os amigos de Jesus, como também as mulheres que o tinham seguido desde a Galileia, conservavam-se a certa distância, e observavam estas coisas.
Havia um homem, por nome José, membro do conselho, homem reto e justo. Ele não havia concordado com a decisão dos outros nem com os atos deles. Originário de Arimateia, cidade da Judeia, esperava ele o Reino de Deus. Foi ter com Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. Ele o desceu da cruz, envolveu-o em um pano de linho e colocou-o num sepulcro, escavado na rocha, onde ainda ninguém havia sido depositado. Era o dia da Preparação e já ia principiar o sábado. As mulheres, que ti­nham vindo com Jesus da Galileia, acompanharam José. Elas viram o túmulo e o modo como o corpo de Jesus ali fora depositado. Elas voltaram e prepararam aromas e bálsamos. No dia de sábado, obser­varam o preceito do repouso.
(Lucas 23)

Palavra do Senhor: Graças a Deus!

"No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao se­pulcro com os aromas que haviam preparado. Acharam a pedra removida longe da abertura do sepulcro. Entraram, mas não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes. Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: “Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como ele vos disse, quando ainda estava na Galileia: O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores e crucificado, mas ressuscitará ao terceiro dia”. Então, elas se lembraram das palavras de Jesus. Voltando do sepulcro, contaram tudo isso aos Onze e a todos os demais. Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras suas amigas relataram aos apóstolos a mesma coisa. Mas essas notícias pareciam-lhes como um delírio, e não lhes deram crédito. Contudo, Pedro correu ao sepulcro; inclinando-se para olhar, viu só os panos de linho na terra. Depois, retirou-se para a sua casa, admirado do que acontecera.
Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram.
Perguntou-lhes, então: “De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes?” Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: “És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias?”. Perguntou-lhes ele: “Que foi?”. Disseram: “A respeito de Jesus de Nazaré... Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem haveria de restaurar Israel e agora, além de tudo isso, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; e, não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam-no assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram”.
Jesus lhes disse: “Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória?”. E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras.
Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. Mas eles forçaram-no a parar: “Fica conosco, já é tarde e já declina o dia”. Entrou então com eles. Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. Então, se lhes abriram os olhos e o reconheceram... mas ele desapareceu. Diziam então um para o outro: “Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?”.
Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. Todos diziam: “O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão”. Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão.
Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: “A paz esteja convosco!”. Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. Mas ele lhes disse: “Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho”. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”. Então, ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele tomou e comeu à vista deles.
Depois lhes disse: “Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos.” Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo: “Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia. E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de tudo isso. Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”.
Depois os levou para Betânia e, levantando as mãos, os abençoou. Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado ao céu. Depois de o terem adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo. .E permaneciam no templo, louvando e bendizendo a Deus.
(Lucas 24)

Palavra do Senhor: Graças a Deus!


paixão, morte e ressurreição de Jesus são o centro da fé cristã, pois representam a realização do plano de Deus para a salvação da humanidade.

Jesus, o Filho de Deus, entregou-se voluntariamente por amor, passando por sofrimento, humilhação e morte na cruz para redimir os pecados do mundo. Antes de ser crucificado, Ele foi preso, julgado e flagelado. A passagem de Mateus 27,28 narra um momento dessa humilhação: "Tiraram a roupa dele, e o vestiram com um manto vermelho." Isso simboliza a zombaria dos soldados, que ironicamente o vestiram como rei, sem reconhecer que Ele era, de fato, o Rei dos Reis.

Na cruz, Jesus ofereceu Sua vida como sacrifício perfeito, cumprindo as profecias e reconciliando a humanidade com Deus. Sua morte, porém, não foi o fim. Ao terceiro dia, Ele ressuscitou, vencendo a morte e garantindo a todos que Nele creem a esperança da vida eterna.

morte e ressurreição de Jesus são a maior prova do amor de Deus pela humanidade. Sua cruz, que parecia um sinal de derrota, tornou-se um símbolo de vitória sobre o pecado e a morte. A ressurreição confirma que Jesus é o Senhor da Vida e nos convida a viver na esperança da salvação.

Assim como Ele passou pela cruz para chegar à glória, nós também somos chamados a carregar nossa cruz, confiando que, com Cristo, a dor e o sofrimento não são o fim, mas o caminho para a verdadeira vida ao lado de Deus.


ATIVIDADE

Escreva uma carta a Jesus, expressando o que aprendeu e como deseja aplicar isso em sua vida.

Fontes:
ChatGPT
https://www.a12.com/jornalsantuario/artigos/o-que-e-querigma-ouvi-um-padre-usar-essa-palavra-mas-nao-entendi-o-sentido-dela

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